- Vai uma de amor também?!
- Não, não. Deixa pra outro dia!
... só mais um trago de ilusão ♫

Sou do tipo de pessoa sensível, mas que não se emociona facilmente. Dou valor para pequenas coisas, mesmo que para muitos pareça coisa simples.
Sou uma pessoa como qualquer outra; sinto saudades, e sei o quanto dói. Tenho sentimentos; assim como uma palavra gentil pode alegrar meu dia, uma palavra 'mal dita' pode destruir meu coração.
Sou sincera até demais, chorona até demais. Vivo rindo, mas rir não é sinônimo de Felicidade. As vezes rir pode ser pra esconder os problemas e amenizar dores e decepções que não são poucas {pelo menos as minhas!}.
Sei fingir muito bem meus humores, afinal, creio que ninguém tem na a ver com a minha vida, ainda mais se eu estiver profundamente magoada.
Se estiver feliz, faço questão de que todos vejam logo.
Não suporto falsidade. Não tenho amigos, afinal, até tenho, mas poucos se enquadram nesse padrão.
Quando gosto, é de verdade. Mas não ouse me magoar, porque para esse sentimento virar ódio você não precisa de muito esforço, basta me ferir profundamente.
Infelizmente já sofri muito, gostei muito, dediquei demais à pessoas que talvez nem merecia tudo isso. Já tratei com prioridade quem me tratava como opção, talvez hoje eu ainda trate, mas não confie muito.
Aprendi que antes de tudo e todos, eu tenho que me amar.
Mayra Moreira
Rifa-se um coração
Rifa-se um coração quase novo.
Um coração idealista.
Um coração como poucos.
Um coração à moda antiga.
Um coração moleque que insiste
em pregar peças no seu usuário.
Rifa-se um coração que na realidade está um
pouco usado, meio calejado, muito machucado
e que teima em alimentar sonhos e, cultivar ilusões.
Um pouco inconseqüente que nunca desiste
de acreditar nas pessoas.
Um leviano e precipitado coração
que acha que Tim Maia
estava certo quando escreveu...
"...não quero dinheiro, eu quero amor sincero,
é isso que eu espero...".
Um idealista...Um verdadeiro sonhador...
Rifa-se um coração que nunca aprende.
Que não endurece, e mantém sempre viva a
esperança de ser feliz, sendo simples e natural.
Um coração insensato que comanda o racional
sendo louco o suficiente para se apaixonar.
Um furioso suicida que vive procurando
relações e emoções verdadeiras.
Rifa-se um coração que insiste em cometer
sempre os mesmos erros.
Esse coração que erra, briga, se expõe.
Perde o juízo por completo em nome
de causas e paixões.
Sai do sério e, às vezes revê suas posições
arrependido de palavras e gestos.
Este coração tantas vezes incompreendido.
Tantas vezes provocado.
Tantas vezes impulsivo.
Rifa-se este desequilibrado emocional
que abre sorrisos tão largos que quase dá
pra engolir as orelhas, mas que
também arranca lágrimas
e faz murchar o rosto.
Um coração para ser alugado,
ou mesmo utilizado
por quem gosta de emoções fortes.
Um órgão abestado indicado apenas para
quem quer viver intensamente
contra indicado para os que apenas pretendem
passar pela vida matando o tempo,
defendendo-se das emoções.
Rifa-se um coração tão inocente
que se mostra sem armaduras
e deixa louco o seu usuário.
Um coração que quando parar de bater
ouvirá o seu usuário dizer
para São Pedro na hora da prestação de contas:
"O Senhor pode conferir. Eu fiz tudo certo,
só errei quando coloquei sentimento.
Só fiz bobagens e me dei mal
quando ouvi este louco coração de criança
que insiste em não endurecer e,
se recusa a envelhecer"
Rifa-se um coração, ou mesmo troca-se por
outro que tenha um pouco mais de juízo.
Um órgão mais fiel ao seu usuário.
Um amigo do peito que não maltrate
tanto o ser que o abriga.
Um coração que não seja tão inconseqüente.
Rifa-se um coração cego, surdo e mudo,
mas que incomoda um bocado.
Um verdadeiro caçador de aventuras que ainda
não foi adotado, provavelmente, por se recusar
a cultivar ares selvagens ou racionais,
por não querer perder o estilo.
Oferece-se um coração vadio,
sem raça, sem pedigree.
Um simples coração humano.
Um impulsivo membro de comportamento
até meio ultrapassado.
Um modelo cheio de defeitos que,
mesmo estando fora do mercado,
faz questão de não se modernizar,
mas vez por outra,
constrange o corpo que o domina.
Um velho coração que convence
seu usuário a publicar seus segredos
e a ter a petulância de se aventurar como poeta
Clarice Lispector
Há certas horas, em que não precisamos de um Amor...Amor e ódio são duas coisas que sempre andam juntas, independente do tamanho do amor, lá sempre está o ódio, e também o fato de dizer que odeia e no fundo ama e ama muito.
Essa dupla é inseparável por inúmeros motivos; amor mútuo, amor não correspondido. Caso sério, pois coração é terra onde ninguém anda, se desconhece os mistérios de um coração, ainda mais um coração que carrega amor e ódio.
O ódio só aparece de fato quando o amor se torna ilusão, mas às vezes é preciso odiar para ver o quanto amamos. Uma pessoa que ama odiando pode ser capaz te tudo ou não. Pessoas que amam demais fazem tudo para ter a pessoa amada por perto e ao mesmo tempo odeiam por amar demais e achar a presença dela insuficiente.
Amar é bom. Mas será que é mesmo? Depende. Mas cuidado para não amar demais, excessivamente, porque você só descobre que está amando demais quando começa a sofrer, e aí, tudo se transforma em ódio. De que adianta amar demais uma pessoa e se odiar por amá-la tanto?
As vezes é bom parar pra refletir e ver o quanto amamos e o quanto odiamos, pois tudo em excesso é prejudicial para nós mesmos.
Ah, e não fique você pensando que está isento dessa dupla, pois aonde quer que você vá eles sempre estarão lá, juntinhos!